Boeing anuncia cortes de 17,000 empregos em esforço de reestruturação em meio a perdas crescentes
Criado em 12 de outubro de 2024 . Notícias • 1,586 visualizações • 5 minutos de leitura
A gigante aeroespacial Boeing revelou planos para cortar aproximadamente 17,000 empregos
A Boeing, gigante aeroespacial, revelou planos para cortar aproximadamente 17,000 empregos, que representam cerca de 10% de sua força de trabalho global. Esta decisão vem como parte de uma estratégia mais ampla para reestruturar a empresa e reduzir custos operacionais, já que a Boeing enfrenta perdas financeiras significativas e problemas contínuos de produção. O anúncio foi feito pela nova presidente-executiva da empresa, Kelly Ortberg, que foi encarregada de conduzir a Boeing por um dos seus períodos mais desafiadores da história recente.
Resposta da liderança aos problemas financeiros
Ortberg, que assumiu o comando da Boeing em agosto de 2024, tem sido sincero sobre a situação atual da empresa. Em um memorando endereçado aos 170,000 funcionários da Boeing, Ortberg descreveu a pressão financeira que a Boeing tem sofrido nos últimos anos. Desde 2018, a Boeing não relata um ano lucrativo, com perdas acumulando mais de US$ 33 bilhões nos últimos cinco anos. Os problemas financeiros são agravados por atrasos na produção e problemas de controle de qualidade em programas comerciais e de defesa, tornando crítico para a empresa se reestruturar.
As demissões, de acordo com Ortberg, afetarão funcionários de todos os níveis, incluindo executivos, gerentes e trabalhadores da produção. “Nosso negócio está em uma posição difícil, e é difícil exagerar os desafios que enfrentamos juntos”, disse Ortberg em seu memorando. Os cortes de empregos, juntamente com outras medidas de corte de custos, visam ajudar a Boeing a recuperar sua vantagem competitiva na indústria aeroespacial.
Um período conturbado de cinco anos
Os desafios da Boeing podem ser rastreados até vários incidentes importantes que corroeram tanto a saúde financeira da empresa quanto sua reputação. O mais notável deles foram os dois acidentes fatais da aeronave mais vendida da Boeing, o 737 Max, em 2018 e 2019. Os acidentes levaram a uma paralisação global do jato por 20 meses, impactando significativamente as operações comerciais da Boeing. Esses eventos desencadearam uma onda de investigações sobre os processos de segurança e fabricação da Boeing, trazendo maior escrutínio dos reguladores.
Para agravar ainda mais esses problemas, houve a pandemia da COVID-19, que causou uma paralisação quase total nas viagens aéreas, levando as companhias aéreas a cancelar ou adiar novos pedidos de aeronaves. Mesmo com a recuperação das viagens na era pós-pandemia, a Boeing tem lutado para atender à demanda devido a gargalos de produção e problemas de qualidade. Um incidente recente em janeiro de 2024, no qual um plugue de porta em um Boeing 737 Max explodiu no meio do voo, levantou novas preocupações sobre a qualidade de fabricação da empresa. Uma investigação revelou que o avião havia saído de uma fábrica da Boeing sem os quatro parafusos necessários para prender o plugue da porta.